Assim que se graduou em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), em 1975, Odair Dorigon, botou o diploma na parede e já começou a trabalhar. Ele fez um concurso e foi aprovado para a Ascar, onde permaneceu somente quatro meses. A aprovação em um novo concurso o levou para a Companhia Riograndense de Laticínios e Correlatos (Corlac), que havia sido criada cinco anos antes. “Na Corlac, fiquei uns 12 anos, trabalhando como veterinário de campo. Trabalhei em Montenegro, Porto Alegre e Vila Flores, que na época era Veranópolis”, lembra.

Em 2001, Dorigon se aposentou, mas nem pensou em pendurar o macacão que usava no trabalho de campo. Em 2007, no entanto, o governo do Estado extinguiu a Corlac e todos os aposentados foram dispensados. O médico veterinário então retornou para a Emater, onde ele trabalhou  por 3 anos e foi chefe do escritório regional de Veranópolis.

Paralelo à Emater, atuou como instrutor no Centro Regional de Formação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis (Cetanp), onde era instrutor de produtores de leite. “Trabalhei no Cetanp por dez anos e devo ter treinado, por baixo, uns 2 mil produtores”, estima Dorigon. Logo em seguida, foi convidado pelo presidente da Piá, Gilberto Piccinini, para trabalhar na cooperativa e foi o primeiro médico veterinário com atividade expressa na qualidade do leite. “Hoje, somos dois veterinários, dois agrônomos, um zootecnista e três técnicos agrícolas e trabalhamos no controle da qualidade do leite”, ressalta.

Dorigon diz que as fraudes sempre existiram, obrigando as empresas e as autoridades a investir em fiscalização e inspeção da qualidade do produto. “Infelizmente, a fraude é um problema muito antigo e segue acontecendo, mas o Rio Grande do Sul é o Estado que mais fiscaliza o leite. Não falam dos outros Estados, mas isso não significa que eles também não tenham problemas”, assinala.