Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) em 1968, José Luiz Bohrer trabalhou durante quase três décadas no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre. Bohrer, de 71 anos, conta que, em 1968, estava fazendo um mestrado sobre nutrição animal quando foi chamado para trabalhar no zoológico, que havia sido inaugurado seis anos antes. “Na época, eles estavam carentes de médico veterinário. Era para ser um contrato do tipo emergencial, de apenas um mês, mas acabou virando uma vida”, brinca.

 

De 1968 a 1995, quando deixou o governo do Estado por meio de um plano de demissão voluntária, Bohrer foi chefe da Veterinária do Parque Zoológico e tinha sob sua responsabilidade a saúde e o bem-estar de 130 espécies, dentre aves, répteis e mamíferos, totalizando, na época, aproximadamente 2,4 mil animais. “Quando comecei não tinha muita experiência. Então, para aprender como tratar desses animais, participava de encontros de médicos veterinários por todo o mundo”, recorda.  

 

Alguns dos animais, como tigres, ursos, lobos, leões, onças-pintadas, elefantes e hipopótamos exigiam que a equipe adotasse cuidados especiais para examiná-los. “O médico veterinário tem que trabalhar protegendo o paciente e também se protegendo”, afirma Bohrer, que após sair do serviço público abriu uma clínica veterinária em São Leopoldo, onde atende pequenos animais. A transição de cuidar de animais exóticos para pets ocorreu naturalmente, segundo ele. “Não tive problema nenhum e faria tudo de novo. Amo a minha profissão”, destaca.