Anna Isabel Pereira Suñé se formou em Medicina Veterinária na Universidade Rural da Campanha (Urcamp), em Bagé, e fez mestrado na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), na área de Produção Animal.  Logo após conseguir o diploma, ela fez um concurso para docente do curso de Medicina Veterinária que se iniciava na Universidade da Região da Campanha (Urcamp) em Alegrete e trabalhou por mais de dez anos entre Bagé e Alegrete. 

Em 2005, Anna foi aprovada em um concurso para a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, iniciando as atividades na Inspetoria Veterinária de Aceguá, em 2006. “Permaneci até 2009 em Aceguá, onde exerci atividades de defesa, fiscalização e vigilância, incluindo atividades de rotina, mas também participando de inquéritos epidemiológicos”, conta.

A partir de 2008, quando entrou em vigor a atual normativa do SISBOV e que aumentaram as exigências para exportação de carne para União Europeia (UE), ela passou a atuar como auditora do SISBOV, acompanhando e auditando muitas propriedades tanto de Aceguá, como outros municípios da região da Campanha - Dom Pedrito e Bagé - região que concentra a maioria das propriedades habilitadas para exportação à UE. “Desde este período recebemos todas as missões da UE no RS para manutenção das exportações de carne bovina através de auditoria do sistema brasileiro, pontualmente quanto à rastreabilidade, mas especificamente no uso desta ferramenta para avaliação do sistema de defesa propriamente dito”, afirma a veterinária.

Em 2011, Anna assumiu a Supervisão Regional de Bagé e também a coordenação de um grupo técnico criado para construção de um modelo de rastreabilidade para o Rio Grande do Sul. Simultaneamente às atividades com este grupo, coordenou a Câmara Setorial da Carne que esteve focada na criação de um Programa de Valorização da Carne Gaúcha baseado em dois alicerces: rastreabilidade e criação do Instituto Gaúcho da Carne, um organismo privado de inteligência e gestão da cadeia. 

O projeto-piloto da rastreabilidade iniciou por meio do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose Bovídea (Procetube), uma iniciativa inédita no país que prevê o saneamento de toda a área geográfica dos municípios quanto à tuberculose e brucelose bovídea (bovinos e bubalinos). Na coordenação do comitê gestor utivo da rastreabilidade, Anna deu andamento aos processos de licitação para compra de brincos e dispositivos eletrônicos, que serão disponibilizados aos municípios que solicitarem adesão ao programa. Os treinamentos dos veterinários habilitados serão oferecidos pela Seapa-RS, sendo estes profissionais responsáveis pela aplicação os brincos, registros dos indivíduos no sistema e realização dos testes diagnósticos das enfermidades, registro dos resultados no sistema, entre outras vantagens. “O Sistema de Defesa Agropecuária está pronto para estes registros individuais, bem como para o controle de movimentação dos animais e definição de status das propriedades, dando muito mais agilidade e funcionalidade no controle destas enfermidades”, completa.